CYPHERPUNKS ENTRE A REBELDIA E A CONFORMIDADE
Quando os Cypherpunks Ousavam Imaginar o Impossível: Entre o Assombro e a Apatia, as Lições Esquecidas de Jim Bell.
Texto publicado no Bloco 912.912
Por Anônimo
Os cypherpunks costumavam sonhar com uma verdadeira disrupção. Muitos ainda sonham, mas outros tantos já temperaram suas aspirações e imaginação. A maior parte do que se constrói nesse espaço hoje são aplicações básicas para consumidores: novas ferramentas de pagamento, novos mercados para ativos digitais e colecionáveis, maneiras de escalar ainda mais essas ferramentas de pagamento etc. Há algum tempo nada é feito para realmente chacoalhar as estruturas de um modo inédito. A última coisa nesse espaço que de fato fez isso provavelmente é também a última que alguém imaginaria que eu mencionaria: as Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs).
Diga o que quiser sobre elas, mas é inegável que abalaram a ordem mundial. 99,99% das ICOs foram fraudes impraticáveis, esquemas de pump-and-dump ou golpes descarados. Mas derrubaram barreiras, destruíram fossos de proteção. Permitiram que qualquer pessoa, em qualquer lugar, investisse em qualquer coisa, sem que marcos legais fossem aplicados (ou mesmo aplicáveis, dependendo da jurisdição dos emissores).
Grande parte dos últimos anos apenas produziu novas maneiras de se integrar à ordem antiga, de apaziguá-la, de adaptar-se a ela em vez de forçá-la a se adaptar. Há pouco esforço voltado a realmente disruptar a velha ordem. A centelha parece ter desaparecido. Vamos tentar reencontrá-la olhando para a ideia infame de Jim Bell, cypherpunk, para subverter o sistema: os mercados de assassinato.
Jim Bell propôs o conceito em seu ensaio de 1995-96, “Política de Assassinatos”, publicado no USENET. A premissa central era alinhar incentivos por meio de um mercado de previsões em que participantes apostariam na data em que certas pessoas morreriam. A ideia era que atores de mercado que colocassem grandes apostas em determinadas datas passariam, portanto, a ter um incentivo econômico para provocar a morte daquele indivíduo, de forma direta ou indireta. À medida que o pote de dinheiro crescesse para determinado alvo, eventualmente se tornaria grande o bastante (pelo menos era essa a ideia) para que alguém agisse e efetivamente providenciasse a morte daquela pessoa — se não o fizesse pessoalmente.
Tecnicamente, isso já é possível hoje com ferramentas de privacidade em Bitcoin e oráculos confiáveis. Tudo o que se precisaria seriam meios de manter as apostas (ou ganhos) em bitcoin anônimos, e oráculos em que as pessoas confiassem para distribuir os fundos de maneira honesta após a morte da “vítima”. Obviamente, trata-se de uma ideia altamente antiética, imoral e perigosíssima. Mas também é poderosa — e revolucionária. Um mercado de assassinato funcionando em escala alteraria radicalmente o cálculo entre governantes e governados. Quão diferente seria o mundo se líderes precisassem pesar o risco de incitar um pote crescente de dinheiro incentivando sua morte prematura sempre que fizessem algo impopular ou prejudicial aos que governam?
Claro que, no mundo real, construir um mercado desses é insano, se é que se conseguiria encontrar oráculos que não fugissem simplesmente com o dinheiro. Mas é conceitualmente possível. O que aconteceu com a busca por formas de realmente disruptar? De resistir e subverter a ordem existente?
Jim Bell também teve uma segunda ideia, menos extrema: o “Federal Justice Shutdown”. Embora todos tenham direito a julgamento por júri, quase ninguém acusado criminalmente de fato vai a julgamento. A maioria se declara culpada ou aceita um acordo para evitar o risco de penas mais duras. Bell propôs o crowdfunding de recursos para custear honorários advocatícios de qualquer pessoa acusada de crimes sem vítimas, incentivando todos a levar seus casos a julgamento. A ideia era submeter o sistema judicial federal a um ataque de negação de serviço. Sem que a maioria esmagadora das pessoas aceitasse acordos, o sistema judicial não teria recursos para julgar todos os casos de forma tempestiva. Ficaria congestionado. Isso poderia ser usado como alavanca para forçar o governo a revogar leis ilógicas relativas a crimes sem vítimas.
Isso já é possível hoje apenas com softwares básicos de carteira Bitcoin e canais de comunicação pela internet. Não é tão “cool” ou “cyberpunk” quanto a ideia original do mercado de assassinato, mas, assim como ela, poderia ter impacto profundo em resistir e subverter a velha ordem.
Os cypherpunks precisam voltar a sonhar com disrupção verdadeira. As pessoas podem fazer todo tipo de coisa, se quiserem — só precisam primeiro imaginá-las.
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