A IMPORTÂNCIA DOS NÓS DE BITCOIN.
Conheça uma das peças chaves da descentralização do Bitcoin.
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Por Sandmann.
Os nós desempenham um papel fundamental na descentralização da rede Bitcoin, sendo responsáveis pela verificação e validação das transações e dos blocos que os mineradores propõem. Em uma rede verdadeiramente descentralizada, como o Bitcoin, a segurança e integridade das transações não podem depender de uma única autoridade ou grupo centralizado.
Por isso, os nós são tão importantes: cada um mantém uma cópia completa da blockchain (também referida como timechain nos escritos originais de Satoshi Nakamoto), validando as transações com base nas mesmas regras de consenso, o que torna o sistema resiliente e confiável.
Enquanto os mineradores criam novos blocos ao resolverem problemas matemáticos complexos por meio do mecanismo de Proof of Work (PoW), ambos, mineradores e nós, desempenham papéis críticos na validação das transações e blocos. Os mineradores precisam validar as transações antes de incluí-las em um bloco para garantir que não desperdicem recursos computacionais ao minerar blocos inválidos que serão rejeitados pela rede.
Ao mesmo tempo, os nós independentes verificam se os blocos e transações seguem todas as regras do protocolo, como garantir que as transações não gastem mais bitcoins do que possuem, que não estejam duplicadas e que respeitem os limites de tamanho dos blocos e a política monetária do Bitcoin. Dessa forma, mineradores e nós trabalham em conjunto: os mineradores criam novos blocos, e os nós garantem que tudo o que é criado está de acordo com as regras da rede. Cada nó opera de maneira independente, sem precisar confiar em outro, e essa verificação independente fortalece a segurança e a integridade da rede.
Além dessas funções principais, os nós também possuem outras funcionalidades importantes, como a publicação do código hexadecimal (hex) de transações novas e o armazenamento da totalidade da cadeia de tempo, popularmente conhecida como Blockchain. A publicação do hex permite que transações novas sejam disseminadas para a rede de maneira rápida e eficiente, enquanto o armazenamento completo da blockchain assegura que todos os dados históricos estejam disponíveis para verificação e auditoria, reforçando a transparência e a integridade da rede.
Os nós também mantêm uma fila de transações pendentes, que são transações aguardando serem incluídas em um bloco. Os mineradores consultam essa fila para selecionar quais transações irão incluir no próximo bloco que estão minerando. Dessa forma, os nós fornecem aos mineradores as informações necessárias para validar e incluir novas transações, mostrando que toda a base do Bitcoin depende dos nós para funcionar corretamente.
A interação entre nós e mineradores é essencial para o funcionamento eficiente da rede. Os mineradores dependem dos nós para obter as transações pendentes e, ao mesmo tempo, os nós dependem dos mineradores para a inclusão dessas transações nos blocos, garantindo a continuidade da timechain.
Outra característica relevante dos nós do Bitcoin é a possibilidade de mantê-los de forma anônima, especialmente ao utilizar a rede Tor. Através da Tor, torna-se extremamente difícil identificar quem está operando um nó, o que contribui para a privacidade dos operadores e adiciona uma camada adicional de resiliência à rede.
Além disso, o pacote de dados necessário para manter um nó é relativamente pequeno. Embora tradicionalmente os blocos tenham em média 1 a 2 MB, algumas melhorias na eficiência do armazenamento de dados permitiram que o tamanho efetivo dos blocos chegasse a até 4 MB em termos de "peso de bloco". Isso pode resultar em um consumo de dados de aproximadamente 1 a 4 MB por bloco. Com novos blocos sendo criados aproximadamente a cada 10 minutos, isso resulta em cerca de 144 a 576 MB de dados por dia e aproximadamente 4,3 a 17,3 GB por mês.
Embora o consumo de dados tenha aumentado em relação às estimativas iniciais, ainda é relativamente baixo quando comparado ao uso de aplicativos de streaming ou redes sociais que podem consumir centenas de megabytes por minuto. Dessa forma, a operação de um nó permanece acessível a mais pessoas ao redor do mundo, sem a necessidade de grande infraestrutura.
Cada ponto neste mapa animado da rede bitcoin representa um nó e a conexão com um dos cerca de ~50.000 computadores que possuem um registro completo de todas as transações.
Essa arquitetura distribuída permite que milhares de nós estejam espalhados globalmente, criando uma camada adicional de segurança contra qualquer tentativa de censura ou manipulação. Por exemplo, em um cenário hipotético onde um governo ou entidade maliciosa tenta controlar a rede, seria necessário desligar ou comprometer todos os nós ao redor do mundo para ter sucesso—uma tarefa praticamente impossível devido à quantidade e dispersão desses nós, além da utilização de tecnologias como VPNs, rede Tor, I2P e até redes como LoRa, que tornam a localização dos nós ainda mais difícil.
Esses nós são mantidos voluntariamente por milhares de pessoas ao redor do mundo. Embora não haja um incentivo financeiro direto para operar um nó, o benefício está na capacidade de verificar transações e blocos de forma independente, garantindo autocustódia, segurança e privacidade. Isso contribui para uma rede extremamente resiliente, pois cada operador de nó está ajudando a fortalecer a segurança coletiva do Bitcoin.
Como a famosa frase diz: "Corte uma cabeça, duas nascerão no lugar", ilustrando a dificuldade de eliminar os nós da rede devido à sua natureza distribuída e resistente. Além disso, mesmo que um nó específico seja comprometido ou tente validar um bloco inválido, os demais nós, ao seguirem as mesmas regras, o rejeitarão automaticamente, assegurando a integridade da timechain.
Portanto, os nós não apenas mantêm a descentralização do Bitcoin, mas também garantem sua resiliência contra ataques externos, permitindo que a rede continue operando sem interrupções ou controle centralizado. Em última análise, os nós são a espinha dorsal da segurança e descentralização do Bitcoin, assegurando que ele permaneça uma rede autônoma e independente, capaz de operar globalmente sem a necessidade de intermediários ou autoridades centrais.
Além disso, os nós desempenham um papel crucial na implementação de atualizações ou mudanças no protocolo do Bitcoin. Novas propostas de melhoria (BIPs - Bitcoin Improvement Proposals) são adotadas ou rejeitadas pelos operadores de nós, o que democratiza o processo de desenvolvimento e evita alterações indesejadas. Dessa forma, os nós decidem o passado, presente e futuro da rede.
Apesar de a mineração ter um impacto importante nos três eixos de força do Bitcoin—usuários, mineradores e nós—são os nós que detêm o poder de decisão final sobre as regras do protocolo. Por esse motivo, todos que podem e desejam deveriam ter controle de seus próprios nós, para ter poder de decisão nas escolhas que realmente importam: a escolha do protocolo de autocustódia e segurança que essa ferramenta tecnológica nos traz.
O Bitcoin pode ser visto como uma forma de reduzir a influência do Estado sobre o nosso dinheiro, promovendo maior autonomia financeira aos indivíduos. Assim como no passado ocorreu a separação entre a Igreja e o Estado, muitos veem o Bitcoin como um passo em direção à separação entre o dinheiro e o Estado. Essa analogia destaca a importância de sistemas financeiros descentralizados na promoção da liberdade e independência econômicas.
Amanhã veja 6 razões para rodar um nó com Arman the Parman.
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